quarta-feira, 28 de março de 2012

A melhor descoberta que fiz nos EUA

Quinta-feira (15/03), dois dias antes de embarcar para o Brasil, começamos a conversar sobre várias experiências nos EUA. Perguntei a Gabe e a Lou qual foi a melhor descoberta aqui na América. A Lou, com os olhos rasos d’água, citou um nome turco. A Gabe e eu listamos comidas e restaurantes. Mentira. Na verdade ficamos com uma lista cheia de nomes de amigos queridos e lugares que visitamos. A Disney foi bem cotada. Os nomes todo mundo sabe.




 

Mas fiquei com essa pergunta na minha cabeça. O que foi mais importante para mim nessa viagem? Qual foi o fato que mais me marcou esses 105 dias vivendo em um outro país?
Percebi que a resposta está ligada a algo que trouxe comigo do Brasil e carreguei todos os dias, sem exceção. E que vou carregar ainda mais perto de mim.

A melhor descoberta dessa viagem foi que escolhi as pessoas certas pra viajar comigo. No início tive medo das nossas diferenças, desavenças e idealismos distintos. Uma gosta de pagode e a outra de rock. Uma adora cozinhar, a outra detesta lavar louça. Uma é desorganizada e a outra tem neurose com limpeza. Tinha medo que essa viagem viesse a nos afastar; afinal, conviver três meses junto sob o mesmo teto exige muito autoconhecimento, paciência e respeito. É claro que as três possuem essas características, mas será que seríamos capazes de enxergar isso uma nas outras?

Como era de se esperar nós brigamos. Nós choramos. Nós nos odiamos. Fomos mãe na hora do perigo e das advertências, fomos irmãs nas confidências e cuidados, fomos amigas nas fofocas e consolos, fomos mulheres na hora das compras, fomos fortes nos dias com longas horas de trabalho, fomos companheiras nas dúvidas, medos e tristezas. Ouvimos todas as reclamações e piadas. Dançamos música de vários estilos. Cozinhamos, jantamos fora, ficamos desesperadas em Las Vegas. Tudo que foi marcante aconteceu com vocês duas. 
Tudo que escrevi nesse blog, pensei ou senti foi, boa parte, por vocês e com vocês.
Peço, primeiramente, desculpas pelas vezes que estava estressada com meus problemas, pelas vezes que fui chata e implicante. Peço desculpas quando não estive presente e se fiz algo de muito errado para vocês. Mas espero que minhas intenções de proteção e amor tenham prevalecido e seja a maior parte das lembranças que vocês possuem de mim.

Agradeço pela paciência, pelos risos, por me acolherem. Agradeço pelas vezes que brigamos e que vocês cuidaram de mim. Já nem lembro os motivos das discussões e acredito que isso seja bom: foi besteira (por isso não lembro) e o que eu quero guardar na memória são apenas os momentos bons.

E por fim, meus desejos. Espero realmente que essa viagem tenha aprimorado nossas consciências, experiências e língua. Espero que possamos compartilhar muitos outros momentos como esse. Espero que façamos valer a pena o que o destino começou: esse laço de família. Agora temos amigos em comum em diversos países. Com certeza eles nos marcaram. Somos amigas há quatro anos, mas depois de vivermos juntas e após conhecer todos os nossos defeitos, se ainda estamos próximas é porque há muito amor atrelado a essa relação tão bonita. Isso sim é a amizade de verdade. Isso sim foi a melhor descoberta da viagem.


E que fique bem claro: nós já éramos amigas antes de viajar, vulgo BF. Mas nos EUA, descobri que ter vocês por perto é maravilhoso. E após essa descoberta, meu maior desejo é preservar isso até o fim de nossas vidas. Profundo e verdadeiro, eu sei. Mas vocês me conhecem já! ;)

2 comentários:

Louise disse...

Pra que fazer a Amiga chorar? Achei lindo Le! Muito obrigada por tudo que vivemos e ainda iremos viver juntas! Voce é uma pessoa especial e linda, sincera e palhaça, inteligente e lesada e é pela maravilha das diferenças que vou te manter sempre pertinho. Te amo Amiga! Obs: a desorganizada é a Gabe tá!

Gabriela disse...

Vamos parar de falar da amiga, por favor?

Eu escreveria só para a Lê, mas vou escrever para ambas. Foi tudo maravilhoso, os abraços, os choros, as risadas, as bebidas, as compras, as danças, as festa. Conviver, com duas roomates, não é fácil, mas a gente aprendeu. Aprendeu a lidar com os defeitos e qualidades de cada um. Eu amo muito vocês, e falta um pouco de sentido nesse mundo de não ver vocês todo santo dia. Vocês sabem que eu não sou boa em demonstrar, mas... faço das palavras da Lê as minhas. Sorry, pelo minha intonação na hora de brigar, eu já sei, mas sou teatral. Espero que tenha marcado vocês assim como vocês me marcaram. Amo muito vocês.

(ps: não chorei porque estou desenvolvendo a habilidade de controlar meu sentimentalismo, que anda LOUCO nesses ultimos tempos)